
Membro Colaborador: Miguel Mahfoud
Sob a presidência: José Roberto Tadros

Miguel Mahfoud é Doutor em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo, com estudos pósgraduados na Univeristà Lateranense de Roma (Itália).
Foi Professor Associado no Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (1996-2016) onde permanece como membro do Laboratório de Análise de Processos em Subjetividade.
É editor da revista “Memorandum: memória e história em psicologia” e membro do Conselho Editorial da Coleção “Obras de Etidh Stein” da editora Paulus.
É organizador do livro “Coexistência como identidade: a neutralidade do Líbano” (2023) e idealizador do projeto “Líbano, flor do mundo” em que renomados músicos brasileiros gravam uma canção libanesa em versão brasileira, em solidariedade para com o povo libanês na reconstrução da paz.
Neto de libaneses migrados ao Brasil, é cidadão libanês.

É com surpresa, honra e gratidão que aceito o convite que recebi para que eu me torne Membro Colaborador da já grandiosa Academia Líbano-Brasileira de Letras, Artes e Ciências. Surpreso, como quem recebe um belo presente inesperado. Honrado por ser chamado a estar ao lado de ilustres personalidades da comunidade libanesa no Brasil. Grato por ser chamado a contribuir coletivamente com nossas raízes tão fortes e tão vivas no Brasil.
Compartilho de seu juízo sobre a necessidade de um trabalho cultural coletivo e vigoroso para que a força afetiva, comunitária e política dos filhos do cedro não se disperse com o passar do tempo e das gerações. A integração de nossa comunidade à realidade brasileira continuará a ser madura e fecunda na medida exata da consciência de nossa identidade culturalmente enraizada.
Como pesquisador de processos de memória coletiva e história, incluindo ali as experiências religiosas diversas, espero poder de algum modo contribuir com a Academia Líbano-Brasileira a cumprir sua missão, fortalecendo a missão do próprio povo libanês no Brasil. O vivo afeto que os brasileiros vivenciam pelos libaneses, e igualmente o forte afeto com que lá no Líbano os cidadãos acompanham os brasileiros e nossas vicissitudes, abrem caminho para um trabalho de fortalecimento de identidades e de memória coletiva no presente, assim como favorecem o olhar atento às nossas histórias sociais e familiares. Para tanto, a articulação proposta entre Letras, Artes e Ciências na concepção de – posso dizer – nossa Academia abre um campo propício: a integração dessas diversidades de campos do saber nos chamará à ciência como sabedoria, à sabedoria como humilde reconhecimento de recebermos da vida mesma a missão construtiva em tempos difíceis no Brasil, no Líbano e na própria comunidade internacional.
Por tudo isso, confirmo minha surpresa, honra e gratidão, assim como confirmo minha disponibilidade pessoal a somar com vocês os esforços para construir e celebrar a comunidade libanesa no Brasil mais consciente de si mesma e de sua grandiosa história. No dizer de Khalil Gibran (em Jesus, Filho do Homem): “A águia não fará seu ninho no salgueiro-chorão e o leão não procurará fazer sua toca entre as ervas daninhas. (…) Um caçador forte e de espírito montanhista nunca será derrotado.”
