Acadêmica: Dalal Achcar
Cadeira: 08
Patrona: ODETTE EID
Membro: Titular
Secção: Artes
Eleição: 04/11/2022
Posse: 12/11/2022
Sob a presidência: José Roberto Tadros
Antecessor: –
Livros –
– Jornal da Dança (1972 – 1977)
– Ballet – Arte – Técnica – Interpretação (6 edições esgotadas )
– Ballet – Uma Arte
– A Cultura no Terceiro Milênio – Academia Brasileira de Letras (1999).
-Em parceria com Katia Mindlin Leite Barbosa o guia “Istambul, Uma Cidade Fascinante” (já na 2ª edição), considerado como um dos melhores guias existentes, finalista do Prêmio Jabuti-Turismo.
Mestra em balé, coreógrafa, diretora e produtora artística. Iniciou sua carreira muito jovem. Já na década de 1960, à frente da Associação de Ballet do Rio de Janeiro, realizou espetáculos históricos. Por iniciativa própria, apresentou 90 espetáculos nas principais capitais européias, com música de Villa-Lobos e Cláudio Santoro e a contribuição artística de expoentes como Manoel Bandeira, Vinícius de Moraes, Di Cavalcanti e Burle Marx.
Seu projeto inovador impressionou Margot Fonteyn, o que lhe rendeu credenciais para convencer a grande bailarina e Rudolf Nureyev a dançarem em um estádio para uma platéia popular, algo inédito no mundo para a época. O feito, realizado em 1967 no Maracanãzinho, impactou a crítica especializada e chamou a atenção para seu projeto maior: aprimorar o ensino e difundir a dança no Brasil, criando uma política de concessão de bolsas de estudo e aperfeiçoamento que permanece até hoje como uma de suas prioridades.
Introduziu no país a metodologia de ensino da Royal Academy of Dance, Universidade sediada em Londres e especializada na formação de professores, elevando o nível de ensino do Ballet no Brasil equiparando-o ao nível internacional.
Criou o 1º Curso Profissionalizante de dança em nível técnico.
Criou o primeiro Curso Superior de Formação de Professores de Dança do País, na cidade do Rio de Janeiro.
Foi Diretora Artística do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e duas vezes Presidente da Fundação Theatro Municipal.
Fundou a Associação dos Amigos do Teatro Municipal, a primeira do gênero no país.
Criou o programa Educação com Arte no Municipal, com espetáculos de ópera e balé. Um caderno didático para orientação aos professores e alunos. Este projeto foi assistido por milhares de alunos de escolas públicas do Rio de Janeiro.
Dalal também foi responsável pela iniciativa de levar espetáculos de dança para as praças da cidade, proporcionando ao grande público a oportunidade de ver óperas e balés antes reservados apenas à elite.
Criou a Série Memória do Theatro Municipal em parceria com a Funarte, preparando biografias de artistas que fizeram a história do Teatro nas áreas de música, ópera e dança, num total de 50 livros.
Incentivou a produção de clássicos brasileiros com sua criação Floresta Amazônica.
Em 2003 criou a Companhia Jovem de Ballet, dando oportunidade à jovens talentos de se prepararem para ingressar no mercado de trabalho nacional e internacional
Em 2021 a Companhia Jovem do Rio de Janeiro passa a se chamar Companhia de Ballet Dalal Achcar .
Dalal criou várias coreografias premiadas, entre as quais O Quebra-Nozes (considerado pela crítica internacional uma das melhores montagens deste balé), Don Quixote, Abelardo e Heloísa, e Something Special, apresentada em vários centros internacionais, Los Angeles, San Francisco, Nova York, Hamburgo, Stuttgart, Tóquio, Havana e Santiago do Chile, por artistas da importância de Natalia Makarova, Márcia Haydeé, Ana Botafogo e Fernando Bujones.
– Condecorada pela Rainha Elizabeth II com a Order of the British Empire.
– Pelo Ministério da Cultura da França. Como Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres; e posteriormente elevada ao grau de Officier.
– Pelo governo do Brasil com a Ordem do Rio Branco e com a Ordem do Mérito Cultural (no grau de Comendador); pelo governo do Distrito Federal com a Medalha da Alvorada.
– Pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro com a Medalha José Bonifácio no grau de Grão Oficial.
– Pelo Conselho Brasileiro da Dança, representante oficial no Brasil do Conseil International de la Danse da UNESCO com a Medalha do Mérito Artístico da Dança.
Foi membro do Conselho e Vice-presidente da Associação Ibero Americana dos Especialistas em Dança, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA) e a primeira não-inglesa a se tornar Member of the Executive and Artistic Committee of the Royal Academy of Dance.
Me sinto honrada em participar de uma Academia cujo objetivo é não somente honrar a memória de nossos ancestrais libaneses visando preservar os valores culturais do Líbano, mas tambem o de promover e divulgar obras literárias, culturais e artísticas de seus descendentes no Brasil.
Acredito que esta proposta poderá unir os dois países de forma mais profícua rendendo frutos através das sementes plantadas por nossos avós que quando aqui chegaram como imigrantes.
E ao conservar as tradições e os valores da família libanesa mesmo assumindo uma dupla nacionalidade, eles transmitiram aos seus descendentes a admiração, e o encantamento pelo seu país de origem. Somos brasileiros orgulhosos de nossos antepassados.
Penso e espero que a Academia Líbano-Brasileira de Letras, Artes e Ciências não se contente em exercer apenas sua função informativa e cultural mas que marque tambem a sua presença nas ações solidárias para ajudar a devolver ao Líbano a sua importância política e social como nação, atributo que sempre pautou a sua História.